Desde 1999, o 25 de novembro foi reconhecido pelas Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher. A data também faz parte dos 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres. No Brasil, a campanha é mobilizada pela ONU Mulheres desde 2003 e dialoga com iniciativas em diversos países.
Alertar e conscientizar sobre os números da violência de gênero é o objetivo de campanhas e ações como a do Instituto Banco Vermelho. Porém, apesar da visibilidade do tema e dos avanços das políticas públicas, o Índice de Conscientização sobre Violência contra Mulheres, lançado neste mês pelo Instituto Natura e pela Avon, aponta que 62% dos brasileiros afirmam não ter informação suficiente para ajudar uma mulher em situação de violência, e que quatro em cada dez brasileiras não reconhecem espontaneamente situações de agressão que já viveram como violência contra a mulher. Dos 4.224 entrevistados acima de 18 anos em todas as regiões do País, indica que apenas 38% da população declara ter algum conhecimento sobre leis, tipos de violência doméstica – física, sexual, patrimonial, moral e psicológica – e canais de denúncia.
Para o servidor Edilson Alexandre da Silva, sociólogo, agente da Polícia Judiciária e componente do Grupo de Apoio às Mulheres Vítimas de Violência( GAMs) da JFPE, se por um lado existem campanhas de conscientização, por outro, há “uma normalização da violência, quando a mídia mostra diariamente casos de violência contra a mulher, mas não o que se faz para combater”. O sociólogo detalha “ A pedagogia da crueldade" é um conceito, principalmente desenvolvido pela antropóloga Rita Segato, que se refere à forma como a violência é ensinada, praticada e reproduzida socialmente como uma prática normalizada”. O servidor e pesquisador cita a antropóloga ao destacar que tais ferramentas são utilizadas pelo machismo como forma de garantir a posição social do homem na hierarquia patriarcal. “Combater o machismo e o feminicídio exige muitos mais que entender a esfera penal, pois está intrínseco a estruturas políticas da violência de gênero. Então faz necessário compreender a função pedagógica da violência, desmistificando a violência como apenas um problema moral e patológica de um indivíduo agressivo, devendo entender a dimensão política e coletiva. Atrelado a isso o fortalecimento do acesso à justiça e políticas públicas; educação e conscientização; valorização da memória das vítimas e reparação. Ações que promovam uma transformação cultural e política significativa”, destaca Edilson.
Como denunciar:
Denúncias podem ser realizadas em todo o País, 24 horas por dia e sete dias por semana, de forma anônima por meio da Central de Atendimento à Mulher. Os meios de acionar o serviço são:
Telefone: 180
E-mail: central180@mulheres.gov.br
Ouvidoria da Mulher de Pernambuco: 0800.281.81.87
Polícia Militar: 190
